EPÍFITAS VASCULARES DO PARQUE ESTADUAL DE PORTO FERREIRA, SÃO PAULO, BRASIL

Autores

  • Gabriel Mendes Marcusso Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Instituto de Biologia
  • Ernesto Pedro Dickfeldt Instituto Florestal
  • José Eduardo de Arruda Betoni Instituto Agronômico de Campinas
  • Reinaldo Monteiro Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Instituto de Biologia

DOI:

https://doi.org/10.24278/2178-5031.201628204

Palavras-chave:

ecótono, Floresta Atlântica, Cerrado, florestas sazonais, fitogeografia

Resumo

O Parque Estadual de Porto Ferreira – PEPF já foi alvo de diversos estudos florísticos, contudo, nenhum deles inventariou exclusivamente a flora epifítica vascular. Neste estudo realizamos o levantamento florístico das epífitas vasculares nos diferentes tipos de vegetação desta Unidade de Conservação e comparamos a similaridade florística com outras localidades do interior do Estado de São Paulo, em Floresta Estacional Semidecidual, Cerradão e florestas ribeirinhas. Na área, foram inventariadas as epífitas vasculares nos três tipos de vegetação: Floresta Estacional Semidecidual Aluvial – FESA, Floresta Estacional Semidecidual – FES e Cerradão – CER, através de observações e coletas durante o período de um ano. Foram registradas 66 espécies, 32 gêneros e oito famílias, sendo a FESA (46 espécies) o tipo de vegetação que apresentou a maior riqueza, seguido da FES (44) e CER (18). Orchidaceae foi a família mais rica na FESA e FES, enquanto no CER foi Bromeliaceae. A categoria ecológica mais abundante em ambas as áreas foi a das holoepífitas obrigatórias. As comparações da similaridade demonstraram que o CER do PEPF tem maior similaridade florística com o CER de Luís Antônio, situada na mesma bacia hidrográfica, enquanto as áreas de CER a oeste formaram outro grupo, e a FESA e FES demonstraram ter maior similaridade com as florestas de Botucatu. O presente estudo registrou um incremento de 42 espécies de epífitas vasculares para o PEPF, demonstrando a importância de inventários direcionados a determinados hábitos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Eduardo de Arruda Betoni, Instituto Agronômico de Campinas

Instituto Agronômico de Campinas, Divisão de Horticultura, Seção de Floricultura e Plantas Ornamentais

Referências

BARBOSA, D.E.F. et al. Vascular epiphytes in a remnant of seasonal semideciduous forest in the Zona da Mata, State of Minas Gerais, Brazil. Bioscience Journal, v. 31, n. 2, p. 623-633, 2015.

BATAGHIN, F.A. Epifitismo vascular e estado de conservação de fragmentos florestais na Bacia Hidrográfica do Sorocaba/Médio Tietê, São Paulo, Brasil. 2013. 231 f. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.

______.; BARROS, F.; PIRES, J.S.R. Distribuição da comunidade de epífitas vasculares em sítios sob diferentes graus de perturbação na Floresta Nacional de Ipanema, São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 33, n. 3, p. 501-512, 2010.

BATAGHIN, F.A. et al. Riqueza e estratificação vertical de epífitas vasculares na Estação Ecológica de Jataí – área de Cerrado no Sudeste do Brasil. Hoehnea, v. 39, n. 4, p. 615-626, 2012

BENZING, D.H. Vascular epiphytes: general biology and related biota. Cambridge: Cambridge University Press, 1990. 354 p.

BERTONI, J.E.A.; MARTINS, F.R. Composição florística de uma floresta ripária na Reserva Estadual de Porto Ferreira, SP. Acta Botanica Brasilica, v. 1, n. 1, p. 17-26, 1987.

______. et al. Flora arbórea e arbustiva do cerrado do Parque Estadual de Porto Ferreira (SP). Revista do Instituto Florestal, v. 13, n. 2, p. 169-188, 2001.

BFG. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v. 66, p. 1085-1113, 2015.

BLUM, C.T.; RODERJAN, C.V.; GALVÃO, F. Composição florística e distribuição altitudinal de epífitas vasculares da Floresta Ombrófila Densa na Serra da Prata, Morretes, Paraná, Brasil. Biota Neotropica, v. 11, n. 4, p. 141-159, 2011.

BONNET, A.; QUEIROZ, M.H. Estratificação vertical de bromélias epífitas em diferentes estádios sucessionais da Floresta Ombrófila Densa, Ilha de Santa Catarina, Santa Catarina, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 29, p. 217-228, 2006.

______.; LAVORANTI, O.J.; CURCIO, G.R. Epífitos vasculares no corredor de biodiversidade araucária, bacia do rio Iguaçu, Paraná, Brasil. Cadernos de Biodiversidade, v. 6, p. 49-70, 2009.

______. et al. Flora epifítica vascular em três unidades vegetacionais do rio Tibagi, Paraná, Brasil. Rodriguésia, v. 62, n. 3, p. 491-498, 2011.

BORGO, M.; SILVA, S.M.; PETEAN, M.P. Epífitos vasculares em um remanescente de floresta estacional semidecidual, município de Fênix, PR, Brasil. Acta Biologica Leopoldensia, v. 24, n. 2, p. 121-130, 2002.

BREIER, T.B. O epifitismo vascular em florestas do Sudeste do Brasil. 2005. 139 f. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

CENTRO DE PESQUISAS METEOROLÓGICAS E CLIMATOLÓGICAS APLICADAS À AGRICULTURA – CEPAGRI. Clima dos municípios paulistas. Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2014.

COLLI, A.M.T.; SOUZA, S.A.; SILVA, R.T. Pteridófitas do Parque Estadual de Porto Ferreira (SP), Brasil. Revista do Instituto Florestal, v. 15, n. 1, p. 29-35, 2003.

DURIGAN, G.; SIQUEIRA, M.F.; FRANCO, G.A.D.C. Threats to the Cerrado remnants of the state of São Paulo, Brazil. Scientia Agricola, v. 64, n. 4, p. 355-363, 2007.

EISENLOHR, P.V.; OLIVEIRA-FILHO, A.T. Revisiting patterns of tree species composition and their driving forces in the Atlantic Forests of Southeastern Brazil. Biotropica, v. 47, n. 6, p. 689-701, 2015.

FERREIRA, A.W.C.; LIMA, M.I.S.; PANSARIN, E.R. Orchidaceae na região central de São Paulo, Brasil. Rodriguésia, v. 61, n. 2, p. 243-259, 2010.

FIASCHI, P.; PIRANI, J.R. Review of plant biogeographic studies in Brazil. Journal of Systematics and Evolution, v. 47, p. 477-496, 2009.

FIDALGO, O.; BONONI, V.L.R. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. São Paulo: Instituto de Botânica, 1984. 62 p.

FIGUEIREDO, R.A.; SAZIMA, M. phenology and pollination biology of eight Peperomia species (Piperaceae) in semideciduous forests in Southeastern Brazil. Plant Biology, v. 9, p. 136-141, 2007.

FILGUEIRAS, T.S. et al. Caminhamento: um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos de Geociências, v. 12, p. 39-43, 1994.

GENTRY, A.H.; DODSON, C.H. Diversity and biogeography of neotropical vascular epiphytes. Annals of the Missouri Botanical Garden, v. 74, p. 205-233, 1987.

HAMMER, Ø.; HARPER, D.A.T.; RYAN, P.D. PAST: Paleontological statistics software package for education and data analysis. Palaeontologia Electronica, v. 4, n. 1, p. 1-9, 2001.

HIETZ, P.; HIETZ-SEIFERT, H. Composition and ecology of vascular epiphyte communities along an altitudinal gradient in central Veracruz, México. Journal of Vegetation Science, v. 6, n. 4, p. 487-498, 1995.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro, 2012. 276 p.

IRUME, M.V. et al. Floristic composition and community structure of epiphytic angiosperms in a terra firme forest in central Amazonia. Acta Botanica Brasilica, v. 27, p. 378-393, 2013.

JOANITTI, S.A. Epifitismo vascular em três formações vegetais distintas: mata de brejo, floresta estacional semidecidual e cerradão, pertencentes ao município de Bauru, estado de São Paulo. 2013. 58 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu.

KERSTEN, R.A. Epífitas vasculares – histórico, participação taxonômica e aspectos relevantes, com ênfase na Mata Atlântica. Hoehnea, v. 37, n. 1, p. 9-38, 2010.

______.; KUNYIOSHI, Y.S. Conservação das florestas na bacia do alto Iguaçu, Paraná – avaliação da comunidade de epífitas vasculares em diferentes estágios serais. Floresta, v. 39, n. 1, p. 51-66, 2009.

_______.; ______.; RODERJAN, C.V. Epífitas vasculares em duas formações ribeirinhas adjacentes na bacia do rio Iguaçu – Terceiro Planalto Paranaense. Iheringia, v. 64, n. 1, p. 33-43, 2009.

KONOPCZYK, R.M.G. Composição florística, estrutura e heterogeneidade ambiental da comunidade arbórea de uma várzea em Porto Ferreira, SP, Brasil. 2014. 74 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro.

KÖRNER, C. The use of ‘altitude’ in ecological research. Trends in Ecology & Evolution, v. 22, n. 11, p. 569-574, 2007.

KRONKA, F.J.N. et al. Inventário florestal da vegetação natural do Estado de São Paulo. São Paulo: Imprensa Oficial, 2005. v. 1, 200 p.

LAUBE, S.; ZOTZ, G. Which abiotic factors limit vegetative growth in a vascular epiphyte? Funtional Ecology, v. 17, p. 598-604, 2003.

LEGENDRE, P.; LEGENDRE, L. Numerical ecology. 2nd English edition. Amsterdam: Elsevier, 1998. 853 p.

LEITMAN, P. et al. Floristic patterns of epiphytes in the Brazilian Atlantic Forest, a biodiversity hotspot. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 179, n. 4, p. 587-601, 2015. doi:10.1111/boj.12342.

MARCUSSO, G.M.; MONTEIRO, R. Composição florística das epífitas vasculares em duas fisionomias vegetais no município de Botucatu, estado de São Paulo, Brasil. Rodriguésia, v. 67, n. 3, p. 553-569, 2016.

MARTINELLI, G.; MORAES, M.A. (Org.). Livro Vermelho da Flora do Brasil. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2013. v. 1, 1100 p.

MENINI NETO, L.; FORZZA, R.C.; ZAPPI, D. Angiosperm epiphytes as conservation indicators in forest fragments: a case study from southeastern Minas Gerais, Brazil. Biodiversity Conservation, v. 18, p. 3785-3807, 2009.

MENINI NETO, L. et al. Biogeography of epiphytic Angiosperms in the Brazilian Atlantic Forest, a world biodiversity hotspot. Brazilian Journal of Botany, v. 39, n. 1, p. 261-273, 2016. doi 10.1007/s40415-015-0238-7.

NIEDER, J.; ENGWALD, S.; BARTHLOTT, W. Patterns of neotropical epiphytes diversity. Selbyana, v. 20, p. 66-75, 1999.

OLIVEIRA, A.P.C. Flora vascular não-arbórea do Parque Estadual de Porto Ferreira, SP, Brasil. 2012. 73 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro.

OLIVEIRA-FILHO, A.T.; FONTES, M.C. Patterns of floristic differentiation among Atlantic Forests in Southeastern Brazil and the influence of climate. Biotropica, v. 32, n. 4b, p. 793-810, 2000.

OSACO, M. Florística e fitossociologia do estrato arbustivo de área de transição savana-floresta no Parque Estadual de Porto Ferreira. 2012. 67 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro.

PAULA, C.C.; MONTEIRO, R. O gênero Tillandsia Lindley (Bromeliaceae) no cerrado de Corumbataí, São Paulo, Brasil. Naturalia, v. 25, p. 127-138, 2000.

PERLEBERG, T.D.; GARCIA, E.N.; PITREZ, S.R. Epífitos vasculares em área com floresta estacional semidecidual, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência e Natura, v. 35, n. 2, p. 65-73, 2013.

PINHEIRO, M.H.O.; MONTEIRO, R. Florística de uma Floresta Estacional Semidecidual, localizada em ecótono savânico-florestal, no município de Bauru, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 22, n. 4, p. 1085-1094, 2008.

PINHEIRO, M.H.O.; MONTEIRO, R. CESAR, O. Levantamento fitossociológico da Floresta Estacional Semidecidual do Jardim Botânico de Bauru, São Paulo. Naturalia, v. 27, p. 145-164, 2002. PRADO, J. et al. Diversity of ferns and lycophytes in Brazil. Rodriguésia, v. 66, n. 4, p. 1073-1083, 2015 .

RIBEIRO, J.E.L.S. et al. Flora da Reserva Florestal Ducke: guia de identificação das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazônia Central. Manaus: INPA, 1999. 816 p.

ROGALSKI, J.M.; ZANIN, E.M. Composição florística de epífitos vasculares no estreito de Augusto César, Floresta Estacional Decidual do rio Uruguai, RS, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 26, n. 4, p. 551-556, 2003.

ROSSI, M. et al. Relação solo/vegetação em área natural no Parque Estadual de Porto Ferreira, São Paulo. Revista do Instituto Florestal, v. 17, n. 1, p. 45-61, 2005.

SABINO, G.P. Florística e fitossociologia de uma comunidade arbórea em contato savana-floresta no Parque Estadual de Porto Ferreira, Porto Ferreira, São Paulo. 2013. 60 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Estadual Paulista, Rio Claro.

SÃO PAULO (Estado). Instituto Florestal. Plano de Manejo do Parque Estadual de Porto Ferreira. 2003. Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2014.

VIEIRA, L.T.A. et al. Geographical patterns of terrestrial herbs: a new component in planning the conservation of the Brazilian Atlantic Forest. Biodiversity Conservation, v. 24, n. 9, p. 2181-2198, 2015. doi 10.1007/s10531-015-0967-8

WAECHTER, J.L.; BAPTISTA, L.R.M. Abundância e distribuição de orquídeas epifíticas em uma floresta turfosa do Brasil Meridional. In:

BARROS, F.; KERBAUY, G.B. (Ed.). Orquideologia sul-americana: uma compilação científica. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente, Instituto de Botânica, 2004. p. 135-145.

ZOTZ, G. The systematic distribution of vascular epiphytes – a critical update. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 171, p. 453-481, 2013.

Downloads

Publicado

2016-12-12

Como Citar

MARCUSSO, G. M.; DICKFELDT, E. P.; BETONI, J. E. de A.; MONTEIRO, R. EPÍFITAS VASCULARES DO PARQUE ESTADUAL DE PORTO FERREIRA, SÃO PAULO, BRASIL. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 28, n. 2, p. 118–133, 2016. DOI: 10.24278/2178-5031.201628204. Disponível em: https://rif.emnuvens.com.br/revista/article/view/133. Acesso em: 21 set. 2024.

Edição

Seção

Artigos Científicos