ESTUDO FLORÍSTICO DE SEGMENTO DE MATA ATLÂNTICA EM PARELHEIROS, SÃO PAULO, SP, PARA SOLTURA DE BUGIO-RUIVO, Alouatta clamitans (Cabrera, 1940)
DOI:
https://doi.org/10.4322/rif.2014.005Palavras-chave:
primatas, interação fauna-flora, conservação, reintroduçãoResumo
A fim de minimizar os efeitos da pressão da urbanização sobre bugios-ruivos, Alouatta clamitans (Cabrera, 1940), a Divisão de Fauna em parceria com o Herbário Municipal realiza, desde 1996, o Programa de Reintrodução de Bugios, com o objetivo de viabilizar o retorno à vida livre dos indivíduos aptos. Entre várias áreas prospectadas para possível soltura de bugios-ruivos, o Sítio Roda d’Água, distrito de Parelheiros, município de São Paulo, foi selecionado para realização do presente estudo. Todos os componentes da mata, em uma área de 89,9 hectares, foram amostrados para avaliação da disponibilidade de alimentos. Foram registradas 251 espécies vasculares, sendo 13 pteridófitas, uma gimnosperma e 237 angiospermas. O material testemunho está depositado no Herbário Municipal. Na área estudada foram registradas duas espécies ameaçadas e quatro quase ameaçadas. As espécies dos componentes arbóreo-arbustivo e epifítico, que constituem o hábitat preferencial dos bugios-ruivos, correspondem a 73,7% do total levantado. Dentro deste grupo de espécies, 17,8% já foram registradas como fontes alimentares para a espécie-alvo. Dentre as espécies já referidas na dieta de bugios-ruivos, registradas na área de estudo, todas apresentam distribuição geográfica ampla. Desta forma, a área estudada foi considerada apropriada para a soltura de bugios-ruivos, quanto à disponibilidade de recursos para alimentação.
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