COMPOSIÇÃO DAS COMUNIDADES DE AVES EM DUAS FLORESTAS SECUNDÁRIAS CONTÍGUAS NO SUDESTE DO BRASIL

Autores

  • Alexsander Zamorano Antunes Instituto Florestal
  • Bruna Wyrgun Universidade Presbiteriana Mackenzie
  • Marilda Rapp de Eston Instituto Florestal

DOI:

https://doi.org/10.24278/2178-5031.2009211203

Palavras-chave:

Mata Atlântica, guildas, dinâmica fonte-ralo

Resumo

Muitas décadas são necessárias até que uma floresta secundária apresente uma estrutura semelhante à de uma área em estádio avançado. Há espécies de aves florestais que dependem de florestas avançadas, enquanto outras utilizam florestas secundárias. Neste trabalho se compara a riqueza de espécies de aves, a estrutura trófica da comunidade e a presença de espécies de distribuição restrita em duas florestas secundárias contíguas, mas com estruturas de vegetação distintas: os parques estaduais Alberto Löfgren - PEAL e Cantareira - PEC. As aves foram amostradas em trajetos efetuados entre agosto de 2005 e dezembro de 2008, e a vegetação foi avaliada a partir de 100 pontos quadrantes por parque. A riqueza e o número de espécies de aves com distribuição restrita foram significativamente maiores no PEC. As guildas insetívoros do sub-bosque, insetívoros terrestres e frugívoros terrestres apresentaram riqueza menor de espécies no PEAL em relação ao PEC. Concluiu-se que a avifauna florestal do PEAL é um subconjunto da avifauna do PEC, que a vegetação menos desenvolvida do primeiro e dificuldades de estabelecimento de populações são as possíveis causas das diferenças observadas entre os parques e que ações de manejo podem aumentar a riqueza no PEAL, o que seria importante regionalmente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruna Wyrgun, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Universidade Presbiteriana Mackenzie. Bolsista da FUNDAP. 

Referências

ALEIXO, A. Effects of selective logging on a bird community in the Brazilian Atlantic Forest. Condor, Santa Clara, v. 101, n. 2, p. 537-548, 1999.

______. Conservação da avifauna da Floresta Atlântica: efeitos da fragmentação e a importância de florestas secundárias. In: ALBUQUERQUE, J. L. B. et al. (Ed.). Ornitologia e conservação – da ciência às estratégias. Tubarão: Unisul, 2001. p. 199-206.

______.; VIELLIARD, J. M. E. Composição e dinâmica da avifauna da mata de Santa Genebra, Campinas, São Paulo, Brasil. Rev. Bras. Zool., Curitiba, v. 12, n. 3, p. 493-511, 1995.

ANTUNES, A. Z. Riqueza e dinâmica de aves endêmicas da Mata Atlântica em um fragmento de floresta estacional semidecidual no sudeste do Brasil. Rev. Bras. Orn., São Leopoldo, v. 15, n. 1, p. 61-68, 2007.

BENCKE, G. A. et al. (Org.). Áreas importantes para a conservação das aves no Brasil. Parte I – Estados do domínio da Mata Atlântica. São Paulo: SAVE Brasil, 2006. 494 p.

BLAKE, J. G.; LOISELLE, B. A. Bird assemblages in second-growth and old-growth forests, Costa Rica: perspectives from mist nets and point counts. Auk, Boston, v. 118, n. 2, p. 304-326, 2001.

BORGES, S. H.; STOUFFER, P. C. Bird communities in two types of anthropogenic sucessional vegetation in Central Amazonia. Condor, Santa Clara, v. 101, n. 3, p. 529-536, 1999.

CLAUSET, L. R. Paisagem paulista: áreas protegidas. São Paulo: Empresa das Artes, 1999. 185 p.

COMITÊ BRASILEIRO DE REGISTROS ORNITOLÓGICOS. Listas das aves do Brasil. Versão 05/10/2008. Disponível em: . Acesso em: 17 dez. 2008.

DE WALT, S.J.; MALIAKAL, S. K.; DENSLOW,J. S. Changes in vegetation structure and composition along a tropical forest chronosequence: implications for wildlife. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 182, p. 139-151, 2003.

DUNN, R. R. Recovery of faunal communities during tropical forest regeneration. Conservation Biology, Cambridge, v. 18, n. 2, p. 302-309, 2004.

DURIGAN, G. Métodos para análise de vegetação arbórea. In: CULLEN Jr., L.; RUDRAN, R.; VALLADARES-PADUA, C. (Org.). Métodos de estudos em biologia da conservação & manejo da vida silvestre. Curitiba: Editora UFPR, 2003. p. 455-479.

GUARIGUATA, M. R.; OSTERTAG, R. Neotropical secondary forest succession: changes in structural and functional characteristics. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 148, p. 185-206, 2001.

HARRIS, G. M.; PIMM, S. L. Bird species tolerance of secondary forest habitats and its effects on extinction. Conservation Biology, Cambridge, v. 18, n. 6, p. 1607-1616, 2004

HARRIS, G. M.; PIMM, S. L. Range size and extinction risk in forest birds. Conservation Biology, Cambridge, v. 22, n. 1, p. 163-171, 2007.

LIEBSCH, D.; GOLDENBERG, R.; MARQUES, M. C. M. Florística e estrutura de comunidades vegetais em uma cronoseqüência de Floresta Atlântica no Estado do Paraná, Brasil. Acta Botânica Brasílica, São Paulo, v. 21, n. 4, p. 983-992, 2007.

______.; MARQUES, M. C. M.; GOLDENBERG, R. How long does the Atlantic Rain Forest take to recover after a disturbance? Changes in species composition and ecological features during secondary succession. Biological Conservation, Barking, v. 141, n. 6, p. 1117-1125, 2008.

MAGURRAN, A. E. Ecological diversity and its measurement. Princeton: Princeton University Press, 1988. 179 p.

NEGREIROS, O. C. et al. Plano de manejo para o Parque Estadual da Cantareira. São Paulo: Instituto Florestal, 1974. 58 p. (Bol. Técn. IF, 10).

PARKER III, T. A.; STOTZ, D. F.; FITZPATRICK, J. W. Ecological and distributional databases. In: STOTZ, D. F. et al. (Ed.). Neotropical birds: ecology and conservation. Chicago: University of Chicago Press, 1996. p. 113-436.

PETIT, L. J. et al. Bird communities of natural and modified habitats in Panama. Ecography, Lund, v. 22, p. 292-304, 1999.

PROTOMASTRO, J. J. A test for preadaptation to human disturbances in the bird community of the Atlantic Forest. In: ALBUQUERQUE, J. L. B. et al. (Ed.). Ornitologia e conservação – da ciência às estratégias. Tubarão: Unisul, 2001. p. 179-198.

PULLIAM, H. R. Sources, sinks, and population regulation. American Naturalist, Chicago, v. 132, n. 5, p. 652-661, 1988.

RAHBECK, C. The relationship among area, elevation and regional species richness in neotropical birds. American Naturalist, Chicago, v. 149, n. 5, p. 875-902, 1997.

VENTURA, A.; BERENGUT, G.; VICTOR, M. A. M. Características edafo-climáticas das dependências do Serviço Florestal do Estado de São Paulo. Silvic. S. Paulo, São Paulo, v. 4/5, p. 57-140, 1965/66.

WILLIS, E. O. The composition of avian communities in remanescent woodlots in southern Brazil. Pap. Avuls. Zool, São Paulo, n. 33, p.1-25, 1979.

______.; ONIKI, Y. Nomes gerais para as aves brasileiras. Américo Brasiliense: Gráfica da Região, 1991. 55 p

Downloads

Publicado

2009-06-01

Como Citar

ANTUNES, A. Z.; WYRGUN, B.; ESTON, M. R. de. COMPOSIÇÃO DAS COMUNIDADES DE AVES EM DUAS FLORESTAS SECUNDÁRIAS CONTÍGUAS NO SUDESTE DO BRASIL. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 21, n. 1, p. 93–106, 2009. DOI: 10.24278/2178-5031.2009211203. Disponível em: https://rif.emnuvens.com.br/revista/article/view/203. Acesso em: 21 set. 2024.

Edição

Seção

Artigos Científicos