AVALIAÇÃO FITOSSOCIOLÓGICA DE UMA ÁREA DE REGENERAÇÃO NATURAL NO SUDESTE DO BIOMA MATA ATLÂNTICA

Autores

  • Luís Gustavo de Paula Silva  Universidade Federal de Lavras
  • Soraya Alvarenga Botelho Universidade Federal de Lavras
  • Klécia Gili Massi Universidade Estadual "Júlio de Mesquita Filho"
  • Marivaldo Garcia Martins Viveiro Manacá
  • Tharcísio Pelosato Nogueira  Universidade de São Paulo
  • Jaurés Barbosa Guisard Agra Consultoria Ambiental
  • Rodrigo Leite Marco Santos Agra Consultoria Ambiental
  • Jordano Roma Buzati Universidade de São Paulo
  • Rodrigo Dametto Lume Consultoria Técnica
  • João Marcos Paiva  Centro Técnico Regional de Taubaté
  • Ádila Hanna Justiniana Rodrigues Universidade Paulista
  • Natan Rodrigues Ferreira de Melo e Silva Sítio São Miguel
  • Marco Aurélio Silva Leite Sítio São Miguel
  • Marcos Pellegrini Coutinho Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Uso de Recursos Renováveis
  • Dalmo Arantes de Barros Universidade Federal de Alfenas

DOI:

https://doi.org/10.24278/2178-5031.202133207

Palavras-chave:

Composição, Restauração passiva, Fitossociologia, Floresta tropical

Resumo

Em algumas porções do hotspot de biodiversidade da Mata Atlântica, o abandono de terras tem se regenerado de volta à floresta. No entanto, a composição e estrutura dessas áreas não são bem conhecidas. Assim, o objetivo deste estudo foi inventariar um fragmento florestal de regeneração natural com 45 anos de idade em uma pequena propriedade (68 ha) na porção sudeste do bioma Mata Atlântica no Brasil. Em novembro de 2019 todos os indivíduos em regeneração (<15 cm de circunferência ao nível do solo e > 50 cm de altura) e adultos (>15 cm de circunferência ao nível do peito) foram contados, identificados, classificados nos grupos ecológicos, dispersão e status de conservação, e medidos em 0,34 ha. Calculamos o Valor de Importância (VI) para todas as espécies. Dos 2720 indivíduos amostrados, 435 eram adultos e 2.285, regenerantes. As famílias com maior riqueza de espécies foram Fabaceae, Myrtaceae e Euphorbiaceae. A maioria das espécies e indivíduos eram não pioneiros e zoocóricos. Grande parte dos regenerantes pertenceram à espécie Guarea kunthiana e eram espécies não pioneiras, o que pode indicar o estágio mais avançado de dinâmica florestal. As espécies de alto VI foram também em sua maioria não pioneiras.

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Publicado

2021-12-02

Como Citar

SILVA, L. G. de P.; BOTELHO, S. A.; MASSI, K. G.; MARTINS, M. G.; NOGUEIRA, T. P.; GUISARD, J. B.; SANTOS, R. L. M.; BUZATI, J. R.; DAMETTO, R.; PAIVA, J. M.; RODRIGUES, Ádila H. J.; SILVA, N. R. F. de M. e; LEITE, M. A. S.; COUTINHO, M. P.; BARROS, D. A. de. AVALIAÇÃO FITOSSOCIOLÓGICA DE UMA ÁREA DE REGENERAÇÃO NATURAL NO SUDESTE DO BIOMA MATA ATLÂNTICA. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 33, n. 2, p. 182–191, 2021. DOI: 10.24278/2178-5031.202133207. Disponível em: https://rif.emnuvens.com.br/revista/article/view/28. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Científicos