CONSERVAÇÃO GENÉTICA EX SITU DE Gallesia gorarema Vell. Moq. NO ESTADO DE SÃO PAULO
DOI:
https://doi.org/10.24278/2178-5031.2002142408Palavras-chave:
conservação genética ex situ, Gallesia goraremo, teste de progênies e procedências, espécies arbóreas brasileiras, genética quantitativaResumo
A intensa degradação, fragmentação e isolamento de populações naturais de espécies arbóreas no Estado de São Paulo levaram à necessidade da conservação genética ex situ do germoplasma remanescente, antes que ele se perca. Com esse intuito, o Instituto Florestal de São Paulo vem, desde 1981, conservando ex situ três populações de Gallesia goraremo (pau d'alho). O ensaio foi instalado na Estação Experimental de Luiz Antonio, utilizando o delineamento de blocos de famílias compactas, com três populações e 17 a 21 progênies/população, cinco mdivíduos por subparcela e seis repetições. Os caracteres DAP, altura, volume e sobrevivência, aos 10 anos de idade, foram avaliados pelas médias, análise da variância e parâmetros genéticos. Foram detectadas variâncias genéticas sigrnficativas entre populações e progênies/população para todos os caracteres. Os componentes da variância revelaram que a maior parte da variabilidade genética se encontra distribuída dentro de populações. As correlações genéticas e fenotípicas foram altas entre os caracteres (> 0,8), sugerindo fortes efeitos pleiotrópicos e que a seleção em um caráter pode capitalizar ganhos indiretos em outro. As estimativas da resposta esperada com a seleção indicaram a possibilidade de ganhos genéticos expressivos, via seleção dentro de progênies, não colocando em risco a estratégia de conservação ex situ de G. goraremo. Finalmente, as estimativas do tamanho efetivo e baixa probabilidade de não retenção de alelos raros dentro das populações mostraram que a estratégia amostral adotada foi eficiente para reter ex situ parte do potencial evolutivo das populações.
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