ESTRUTURA GENÉTICA ESPACIAL EM POPULAÇÕES DE Tabebuia cassinoides POR LOCOS ISOENZIMÁTICOS
DOI:
https://doi.org/10.24278/2178-5031.2004162466Palavras-chave:
Tabebuia cassinoides, espécies arbóreas tropicais, estrutura genética, coeficiente de coancestria, endogamiaResumo
Marcadores isoenzimáticos foram usados para caracterizar a estrutura genética espacial de uma espécie arbórea tropical de alta densidade populacional, Tabebuia cassinoides (> 300 árvores por ha), em uma população natural e uma manejada da região do Vale do Ribeira, do Estado de São Paulo, Brasil. A hipótese de estrutura genética espacial foi avaliada para árvores adultas, usando dois diferentes métodos: estatísticas F e estimativas do coeficiente de coancestria entre pares de indivíduos por diferentes classes de distância. A divergência genética entre as populações foi baixa e não significativa (θ p ˆ = 0,015, P > 0,05), indicando que 98,5% da diversidade genética se encontra dentro das populações. A divergência genética entre subpopulações dentro de populações (θ sp ˆ ) foi significativa e acomodou de 2,9% a 8,6% da diversidade genética total. A divergência genética entre grupos dentro de subpopulações foi alta e estatisticamente diferente de zero para as populações natural (θ g ˆ = 0,122, P < 0,01) e manejada (θ g ˆ = 0,093, P < 0,05), sugerindo estrutura genética espacial dentro das populações. Numa das subpopulações manejadas, a da Fazenda Cindomel (CIN), foi detectado o mais alto e significativo coeficiente de coancestria entre árvores dentro de grupos (θ g ˆ = 0,217, P < 0,01), indicando que árvores próximas são parentes entre si entre os graus de meios-irmãos e irmãos-completos. O coeficiente de coancestria (θ xy ˆ ) estimado por classe de distância foi positivo e significativo entre a classe de distância de 90 m e 120 m na subpopulação JUN1, 105 m e 120 m na JUN3 e entre zero e 50 m e 120 m e 150 m na CIN, reforçando a hipótese de estrutura genética espacial.
Downloads
Referências
ALFENAS, A. C. Eletroforese de isoenzimas e proteínas afins: fundamentos e aplicações em plantas e microrganismos. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa - UFV, 1998. 574 p.
ALLARD, R. W. Princípios do melhoramento genético das plantas. São Paulo: Edgard Blucher, 1971. 381 p.
CARVALHO, P. E. R. Espéciesflorestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidades e uso de madeira. Colombo: EMBRAPA-CNPF; Brasília, DF: EMBRAPA-SPI, 1994. 640 p.
CHUNG, M. G.; CHUNG, J. M.; EPPERSON, B. K. Spatial structure of allozyme polymorphisms whithin populations of Rhus trichocarpa (Anacardiaceae). Silvae Genetica, Frankfurt, v. 48, p. 223-227, 1999.
________.; EPPERSON, B. K. Spatial structure of allozyme polymorphisms in a populations of Eurya japonica (Theaceae). Silvae Genetica, Frankfurt, v. 49, p. 1-4, 2000
DUREL, C. E.; BERTIN, P.; KREMER, A. Relationship between inbreeding depression and inbreeding coefficient in Maritime Pine (Pinus pinaster). Theoretical and Applied Genetics, Berlin, v. 92, p. 341-350, 1990.
DUTECH, C. et al. Evidence of low gene flow in a neotropical clustered tree species in two rainforest stands of French Guiana. Molecular Ecology, Edinburgh, v. 11, p. 725-738, 2002.
EPPERSON, B. K. Spatial patterns of genetic variation within plant populations. In: BROWN, A. H. D. et al. (Ed.). Plant population genetics, breeding and genetic resources. Sunderland: Sinauer Associates, 1990. p. 229-253.
________. Recent advances in correlation studies of spatial patterns of genetic variations. Evolutionary Biology, Manchester, v. 27, p. 95-155, 1993.
________.; CHUNG, M. G. Spatial genetic structure of allozyme polymorphisms within populations of Pinus strobus (Pinaceae). American Journal of Botany, Oklahoma, v. 88, n. 6, p. 1006-1010, 2001.
FUCHS, E. J.; LOBO, J. A.; QUESADA, M. Effects of forest fragmentation and flowering phenology on the reproductive success and mating patterns of the tropical dry forest tree Pachira quinata. Conservation Biology, San Francisco, v. 17, p. 149-157, 2002.
GIUDICE-NETO, J. D.; KAGEYAMA, P. Y. Estrutura genética espacial em populações naturais de Machaerium villosum Vog. (Leguminosae) na região de Moji-Guaçu, SP, Brasil. Rev. Bras. de Bot., São Paulo, v. 23, p. 207-215, 2000.
HARDY, O.; VEKEMANS, X. SPAGeDI 1.1: a program for spatial pattern analysis of genetic diversity. Version for Windows 95. Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2003.
LEWIS, P. O.; ZAYKIN, D. GDA - Genetic Data Analysis: version 1.1 for Windows 95/NT. Disponível em: . Acesso em: 22 mar. 1999.
LOISELLE, B. A. et al. Spatial genetic structure of a tropical understory shrub, Psychotria officinalis (Rubiaceae). American Journal of Botany, Oklahoma, v. 82, p. 1420-1425, 1995.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1998. 252 p.
MANTOVANI, W. Estrutura e dinâmica da floresta Atlântica na Juréia, Iguape. 1993. 126 f. Tese (Livre Docência em Ecologia) - Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo.
MORDEN, C. W.; DOEBLEY,J. F.; SCHERTZ, K. F. Genetic control and subcellular localization of acomitase isozymes in Sorghum. Journal of Heredity, Cary, v. 79, p. 294-299, 1988.
MURAWSKI, D. A.; HAMRICK, J. L. The effect of the density of flowering individual on the mating systems of nine tropical tree species. Heredity, Lund, v. 67, p. 167-174, 1991.
SEBBENN, A. M. Tamanho amostral para conservação ex situ de espécies arbóreas com sistema misto de reprodução. Rev. Inst. Flor., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 109-124, 2003.
________.; KAGEYAMA, P. Y.; VENCOVSKY, R. Variabilidade genética, sistema reprodutivo e estrutura genética espacial em Genipa americana L. através de marcadores isoenzimáticos. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 53, p. 15-30, 1998.
________. et al. Efeitos do manejo florestal sobre a estrutura genética de caixeta - Tabebuia cassinoides, no Vale do Ribeira, SP. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 58, p. 127-143, 2000.
________. et al. Estrutura genética em populações de Tabebuia cassinoides: implicações para o manejo florestal e a conservação genética. Rev. Inst. Flor., São Paulo, v. 13, n. 2, p. 99-113, 2001.
SORENSEN, F. C.; MILES, R. Inbreeding depression in high, height growth and survival of Douglas-Fir, Ponderosa Pine, and Noble Fir to 10 years of age. Forest Science, Washington, D.C., v. 28, n. 2, p. 283-292, 1982.
WEIR, B. S.; COCKERHAM, C. C. Estimating F-statistics for the analysis of population structure. Evolution, Lawrence, v. 38, p. 1358-1370, 1984.
WU, H. X.; MATHESON, A. C.; SPENCER, D. Inbreeding in Pinus radiata. 1. The effect of inbreeding on growth, survival and variance. Theoretical and Applied Genetics, Berlin, v. 97, p. 1256-1268, 1998.