DENSIDADE E COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DO BANCO DE SEMENTES DO SOLO DE FRAGMENTOS DE FLORESTA DE RESTINGA NO MUNICÍPIO DE BERTIOGA–SP
DOI:
https://doi.org/10.24278/2178-5031.2005172478Palavras-chave:
banco de sementes, floresta de restinga inundável, floresta de restinga não inundávelResumo
O trabalho foi realizado em dois fragmentos de floresta de restinga (floresta de restinga inundável e floresta de restinga não inundável) no município de Bertioga (46º08’W e 23º51’S), Estado de São Paulo, em uma área com extensão total aproximada de 300 ha, pertencente ao condomínio residencial Riviera de São Lourenço. Para a caracterização do banco de sementes, foram realizadas coletas de solo ao acaso durante dois períodos (agosto de 2001 e março de 2002), em uma área superficial de 20 cm x 20 cm a uma profundidade de 0 a 5 cm, em 48 pontos. A densidade total do banco de sementes da coleta de agosto de 2001 foi de 4,16 sementes/m 2 para a floresta de restinga inundável e 1,04 sementes/m 2 para a floresta de restinga não inundável; já na coleta de março de 2002 estes valores foram de 21,87 sementes/m 2 e 3,12 sementes/m 2 , respectivamente. Esses resultados demonstram a pequena contribuição do banco de sementes na regeneração natural das formações estudadas.
Downloads
Referências
AIDER, C. O banco de sementes e de plântulas na sucessão da Mata Atlântica. 1994. 134 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo.
_______. et al. O banco de sementes de um trecho de Floresta Atlântica Montana (São Paulo, Brasil). Rev. Bras. Biol., São Carlos, v. 59, n. 2, p. 319-328, 1998.
BARBOSA, L. M. Estado atual do conhecimento: histórico e estrutura do workshop. In: ________. (Coord.). WORKSHOP SOBRE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS DA SERRA DO MAR E FORMAÇÕES FLORESTAIS LITORÂNEAS. 2000, São Sebastião. Anais...... São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente, 2000. p. 13-22. (Documentos Ambientais).
BROKAW, N. V. L. Treefalls, regrowth, and community structure in tropical forests. In: PICKETT, S. T. A.; WHITE, P. S. The ecology of natural disturbance and patch dynamics. New York: Academic Press, 1985. p. 145-157.
CARPANEZZI, A. A. Banco de sementes e deposição de folhedo e seus nutrientes em povoamentos de bracatinga (Mimosa scabrella Bentham) na região metropolitana de Curitiba PR. 1997. 170 f. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) - Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro.
BRASIL. Resolução CONAMA n o 9, de 24 de outubro de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, DF, v. 1, n. 217, 7 nov. 1996, Seção I, p. 12-21.
COSTA, R. C; ARAÚJO, F. S. Densidade, germinação e flora do banco de sementes no solo, no final da estação seca, em uma área de caatinga, Quixadá, CE. Acta Bot. Bras., São Paulo, v. 17, n. 2, p. 259-264, 2003.
GARWOOD, N. C. Seed germination in seasonal tropical forest in Panama: a community study. Ecol. Monog., New York, v. 53, n. 2, p. 159-181, 1983.
GÓMEZ-POMPA, A. et al. The tropical rain forest: a nonrewable resource. Science, Washington, D.C., v. 117, p. 762-765, 1972.
GUEDES, D. C. Florística, estrutura e informações sobre a regeneração natural de fragmentos de floresta de restinga no município de Bertioga – SP. 2004. 109 f. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) - Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro.
HOPKINS, M. S.; GRAHAM. A. W. The species composition of soil seed banks beneath lowland tropical rainforest in North Queensland, Australia. Biotropica, St. Louis, v. 14, p. 62-68, 1983.
HYATT, L. A.; CASPER, B. B. Seed bank formation during early secondary succession in temperate deciduous forest. Journ. Ecol., Oxford, v. 31, n. 2, p. 229-242, 2000.
INGERSOLL, C. A.; WILSON, M. V. Buried propagule bank of a high subalpine site: microsite variation and comparisons with aboveground vegetation. Oikos, Lund, v. 63, p. 48-61, 1993.
KÖPPEN. W. Climatologia. México: Fondo de Cultura Económica, 1948. 213 p.
LABOURIAU, L. G. A germinação das sementes. Washington, D.C.: Organização dos Estados Americanos - OEA, 1983. 180 p. (Série de Biologia, monografia 24).
LANG, A. L. A.; ROVALO, M. Alelopatia en plantas superiores: diferencias entre el efecto de la presión osmótica y los alelopáticos sobre la germinación y crecimiento de algunas especies de la vegetación secundaria de una zona calido húmeda de México. In: GÓMEZ-POMPA, A.; VASQUEZ-YANES, C. S.; AMO-RODRIGEZ, A. C. (Eds.). Investigaciones sobre la regeneración de selvas altas en Veracruz, México. México: Continental, 1976. p. 388-447.
LIEBERMAN, M.; LIEBERMAN, D. Forests are not just Swiss cheese: canopy stereogeometry of non-gaps in tropical forests. Ecology, Durham, v. 70, p. 550-552, 1989.
MARQUES, M. M. C. Dinâmica da dispersão de sementes e regeneração de plantas da planície litorânea da Ilha do Mel, PR. 2002. 144 f. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) - Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
MARQUES, M. C. M.; JOLY, C. A. Germinação e crescimento de Calophyllum brasiliense (Clusiaceae), uma espécie típica de florestas inundadas. Acta Bot. Bras., São Paulo, v. 14, n. 1, p. 113-120, 2000.
MEDEIROS, V. B. Bertioga. In: AZEVEDO, A. (Ed.). Baixada Santista, aspectos geográficos. São Paulo, EDUSP, 1965. p. 173-175.
MICHELETTI-NETO, J. C. M. T.; MANTOVANI, W. A regeneração natural em clareiras de uma floresta sobre restinga. In: CONGRESSO DE BOTÂNICA, 54., 2003, Belém. Anais… Belém: Universidade Federal do Pará, 2003. p. 123-124.
MLADENOFF, D. J. The relationship of the soil seed bank and understory vegetation in old-growth northern hardwood-hemlock treefall gaps. Ecology, Durham, v. 68, p. 2714-2721,1990.
MOURA, L. C.; KAGEYAMA, P. Comparação da estrutura florística do banco de sementes de duas áreas de plantio de eucalipto, situado no Horto Florestal “Navarro de Andrade”, (Rio Claro-SP). In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE ECOSSISTEMAS FLORESTAIS, 1996, Belo Horizonte. Programas e Resumos... Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 1996. p. 44-45.
OROZCO-SEGOVIA, A. et al. Light environment and phytochrome – controlled germination in Piper auritum. Funct. Ecol., Oxford, v. 7, n. 5, p. 585-590, 1993.
PINARD, M. A.; BAKER, M. G.; TAY, J. Soil disturbance and post-logging forest recovery on bulldozer paths in Sabah, Malaysia. For. Ecol. Manag., Amsterdam, v. 130, p. 213-225, 2000.
PUTZ, F. E.; APPANAH, S. Buried seeds, newly dispersed seeds, and the dynamics of a lowland forest in Malaysia. Biotropica, St. Louis, v. 19, p. 327-333, 1987.
RAMOS-NETO, M. B. R. Análise florística e estrutural de duas florestas sobre a restinga, Iguape, SP. 1993. 145 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo.
RODRIGUES, R. R. Colonização e enriquecimento de um fragmento florestal urbano após a ocorrência de fogo, Fazenda Santa Elisa, Campinas, SP: avaliação temporal da regeneração natural (66 meses) e do crescimento (51 meses) de 30 espécies florestais plantadas em consórcios sucessionais. 1999. 215 f. Tese (Livre Docência) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
ROIZMAN, L. Fitossociologia e dinâmica do banco de sementes de populações arbóreas de floresta secundária em São Paulo, SP. 1993. 160 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo
SIQUEIRA, L. P. Monitoramento de áreas restauradas no interior do Estado de São Paulo, Brasil. 2002. 87 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
SORREANO, M. C. M. Avaliação de aspectos da dinâmica de florestas restauradas, com diferentes idades. 2002. 75 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
SUGIYAMA, M. Estudos de florestas na restinga da Ilha do Cardoso, SP. 1993. 114 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo.
TAKAHASI, A.; MOURA, L. C. Levantamento fitossociológico associado a um estudo preliminar do banco de sementes do solo de uma comunidade secundária em Rio Claro, SP. In: CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA, 45., 1994, São Leopoldo. Programas e Resumos... São Leopoldo: Sociedade Brasileira de Botânica, 1994. p. 325.
TROPPMAIR, H. Regiões ecológicas do Estado de São Paulo. Biogeografia, São Paulo, v. 10, p. 1-24, 1975.
THOMPSON, K. Small scale heterogeneity in the seed bank of an acidic grassland. Journ. of Ecol., Oxford, v. 74, p. 733-738, 1986.
UHL, C. et al. Successional patterns associated with slash-and-burn agriculture in the upper Rio Negro region of Amazon Basin. Biotropica, St. Louis, v. 14, n. 4, p. 249-254.1982.
VELOSO, H. P. et al. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, 1991. 124 p.
WALKWR, L. J. T.; NERIS, L. E. Posthurricane seed rain dynamics in Puerto Rico. Biotropica, St. Louis, v. 25, n. 4, p. 408-418, 1993.
WHITMORE, T. C. Secondary succession from seed in tropical rain forest. For. Ecol. Man., Oxford. v. 44, p. 767-779, 1983.
WIJDEVEN, S. M. J.; KUZEE, M. E. Seed availability as a limiting factor in forest recovery processes in Costa Rica. Restoration. Ecology, Durham, v. 8, n. 4, p. 414-424, 2000.
WILSON, M. V. Dispersal mode, seed shadows, and colonization patterns. Vegetation, Ames, v. 107, p. 261-280, 1993.
WUNDERLE, J. J. M. The role of animal seed dispersal in accelerating native forest regeneration on degraded tropical lands. For. Ecol. Man., Oxford, v. 99, p. 223-235, 1997.
YOUNG, A.; MITCHELL, N. Microclimate and vegetation edge effects in a fragmented podocarp broadleaf forest in New Zealand. Biol. Cons., Kent, v. 67, n. 1, p. 63-72, 1994.
YOUNG, K. R.; EWEL, J. J.; BROWN, B. J. Seed dynamics during forest succession in Costa Rica. Vegetatio, Ames, v. 71, p. 157-173, 1987.