MELHORAMENTO GENÉTICO COMO ESTRATÉGIA DE GESTÃO DA PRODUTIVIDADE FLORESTAL
DOI:
https://doi.org/10.24278/2178-5031.202335106Palavras-chave:
melhoramento florestal, gestão florestal, silviculturaResumo
Nas últimas décadas os programas de melhoramento vêm contribuindo para a obtenção de ganhos significativos de produtividade para as principais espécies florestais exóticas cultivadas no Brasil. No entanto, há dúvidas quanto ao entendimento da potencialidade de sua utilização como uma ferramenta de gestão da produtividade por parte do mercado florestal. Diante disso, o presente trabalho objetivou compreender como o melhoramento genético florestal tem apoiado na gestão da produtividade florestal no país ao longo dos anos e como o mercado vem observando essa temática. Para isso, o trabalho foi conduzido em duas fases, sendo: i) revisão bibliográfica sobre o tema e ii) pesquisa do tipo survey aplicada via formulário eletrônico semiestruturado, contendo 12 perguntas. A partir da revisão bibliográfica, observa-se que o melhoramento genético florestal tem colaborado para a gestão da produtividade florestal a partir de diferentes formas, com destaque para a produção de sementes melhoradas, avaliação e seleção de genótipos com tolerância e/ou resistência a pragas e a doenças, avaliação e seleção de genótipos com tolerância e/ou resistência a estresses abióticos e a alocação de materiais genéticos conforme interação genótipos x ambientes. A pesquisa realizada apontou à presença de uma área estruturada de melhoramento florestal na maioria das empresas florestais. Os entrevistados afirmaram que as informações geradas por essa área auxiliam na gestão da produtividade, bem como são utilizadas como uma estratégia para gestão florestal. A alocação de materiais genéticos conforme interação genótipos x ambientes foi apontada como a principal linha de trabalho dos programas de melhoramento florestal.
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