QUALIDADE DA ÁGUA E DINÂMICA DOS NUTRIENTES EM BACIA HIDROGRÁFICA RECOBERTA POR FLORESTA DE MATA ATLÂNTICA

Autores

  • Francisco Carlos Soriano Arcova Instituto Florestal
  • Valdir de Cicco Instituto Florestal
  • Pedro Yoichi Shimomichi Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.24278/2178-5031.199351484

Palavras-chave:

balanço de nutrientes, qualidade da água, bacia hidrográfica, mata atlântica

Resumo

O balanço dos nutrientes Ca, Mg, K, N03 e do Na, na bacia hidrográfíca experimental do Laboratório de Hidrologia Florestal Engenheiro Agrônomo Walter Emmerich, foi estimado durante dois anos; de janeiro de 1984 a janeiro de 1986. O pH, a cor, a turbidez, a condutividade elétrica e a temperatura da água do deflúvio também foram estudados, Os principais resultados foram: o balanço foi negativo para todos os nutrientes, sendo os fluxos de entrada via precipitação, de saída via deflúvio e a diferença entre ambos, em Kg/ha/ano, respectivamente: ano de 1984 - Ca: 4,06; 11,71 e -7,65; Mg: 1,25; 4,07 e -2,82; K: 3,66; 6,75 e -3,09; N03 : 9,36; 14,54 e -5,18; Na: 12,02; 26,88 e -14,89; ano de 1985 - Ca: 1,06; 19,65 e -18,59; Mg: 0,70; 8,90 e -8,20; K: 6,79; 13,91 e -7,12; No3 : 8,53; 22,15 e -13,62; Na: 9,68; 36,8 e -27,12. AS maiores perdas líquidas no segundo ano ocorreram devido a elevadas taxas de deflúvio nos meses iniciais, em função de chuvas intensas no período. Todos os parâmetros físicos apresentaram níveis desejáveis de qualidade da água, se considerado, por exemplo, o uso para abastecimento público. Baixos valores de pH e da condutividade refletiram os solos pobres e intemperizados e a litologia da área. A cor foi influenciada pelo material orgânico em solução na água. A vegetação da bacia evitou temperaturas extremas da água do deflúvio.

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Publicado

1993-06-14

Como Citar

ARCOVA, F. C. S.; CICCO, V. de; SHIMOMICHI, P. Y. QUALIDADE DA ÁGUA E DINÂMICA DOS NUTRIENTES EM BACIA HIDROGRÁFICA RECOBERTA POR FLORESTA DE MATA ATLÂNTICA. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 1–20, 1993. DOI: 10.24278/2178-5031.199351484. Disponível em: https://rif.emnuvens.com.br/revista/article/view/484. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos Científicos