GERAÇÃO DO DEFLÚVIO DE UMA MICROBACIA COM MATA ATLÂNTICA, CUNHA, SP

Autores

  • Maurício Ranzini Instituto Florestal
  • Valdir de Cicco Instituto Florestal
  • Francisco Carlos Soriano Arcova Instituto Florestal
  • Cíntia Ferreira Donato Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.24278/2178-5031.2011232293

Palavras-chave:

geração do deflúvio, precipitação, escoamento direto, escoamento de base, pico de vazão

Resumo

Este trabalho teve como escopo estudar a resposta do deflúvio a eventos de precipitação de uma microbacia experimental (37,5 ha) com Mata Atlântica, localizada no Laboratório de Hidrologia Florestal Walter Emmerich, no Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Cunha, SP. O escoamento direto foi de 8,3% da precipitação anual. A resposta do deflúvio à precipitação mostrou uma variabilidade de hidrogramas, que dependeu da magnitude da precipitação e das condições de umidade antecedente do solo. De um modo geral, os hidrogramas tenderam grosseiramente a reproduzir a precipitação (hietograma). Foram identificados dois grupos de hidrogramas de acordo com a relação entre a precipitação e o pico de vazão. No primeiro, a contribuição do escoamento de base foi pequena, com o escoamento direto dominando o hidrograma e a área variável de afluência (A.V.A.). No segundo grupo, um acréscimo na precipitação produziu um aumento no pico de vazão mesmo durante as chuvas mais intensas, sugerindo que a A.V.A. ocupou uma menor parte da microbacia, próxima ao curso d’água. Esses resultados indicaram que a umidade antecedente do solo foi importante para a resposta do deflúvio à precipitação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cíntia Ferreira Donato, Universidade de São Paulo

Acadêmica do curso de Gestão Ambiental da Universidade de São Paulo

Referências

ANDRÉASSIAN, V. Waters and forests: from historical controversy to scientific debate. Journal of Hydrology, v. 291, p. 1-27, 2004.

ANIDO, N.M.R. Caracterização hidrológica de uma microbacia experimental visando identificar indicadores de monitoramento ambiental. 2002. 69 f. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba.

ARCOVA, F.C.S. Balanço hídrico, características do deflúvio e calibragem de duas microbacias hidrográficas na Serra do Mar, SP. 1996. 155 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba.

AYRES, M. et al. BioEstat: aplicações estatísticas nas áreas das ciências bio-médicas. Versão 5.0. Belém: Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, 2007. 364 p. Disponível em: . Acesso em: 6 jan. 2009.

BATES, C.G.; HENRY, A.J. Forest and streamflow experiment at Wagon Wheel Gap, Colorado. Monthly Weather Review Supplement, v. 30, p. 1-79, 1928.

CHANG, M. Laboratory notes forest hydrology. Nacogdoches: School of Forestry, Stephen F. Austin State University, 1982. 203 p.

CICCO, V. Análise de séries temporais hidrológicas em microbacia com cobertura vegetal natural de Mata Atlântica, Cunha-SP. 2004. 149 f. Dissertação (Mestrado em Geografia Física) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

______. Determinação da evapotranspiração pelos métodos dos balanços hídrico e de cloreto e a quantificação da interceptação das chuvas na Mata Atlântica: São Paulo, SP e Cunha, SP. 2009. 138 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

DONATO, C.F. et al. Balanço de massa em microbacia experimental com Mata Atlântica, na Serra do Mar, Cunha, SP. Rev. Inst. Flor., v. 20, n. 1, p. 1-11, 2008.

DUNNE, T. Field studies of hillslope flow processes. In: KIRKBY, M.J. (Ed.). Hillslope hydrology. Chichester: John Wiley, 1978. cap. 7, p. 227-93

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília, DF: EMBRAPA Produção de Informação, 1999. 412 p.

FUJIEDA, F. et al. Hydrological processes at two subtropical forest catchments: the Serra do Mar, São Paulo, Brazil. Journal of Hydrology, v. 196, p. 26-46, 1997.

FURIAN, S.M.; PFEIFER, R.M. Levantamento de reconhecimento do meio físico do Núcleo Cunha, SP. Bol. Técn. IF, v. 40, n. 2, p. 183-193, 1986.

GARCÍA-RUIZ, J.M. et al. Runoff generation in an intensively disturbed, abandoned farmland catchment, Central, Spanish Pyrenees. Catena, v. 59, p. 79-92, 2005. HEWLETT, J.D. Principles of forest hydrology. Athens: The University of Georgia Press, 1982. 183 p.

______.; HIBBERT, A.R. Factors affecting the response of small watersheds to precipitation in humid areas. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON FOREST HYDROLOGY, 1., 1967, Oxford. Annals… Oxford: Pergamon Press, 1967. p. 275-90.

JAPAN INTERNATIONAL COOPERATION AGENCY – JICA. Synthetic report of the Japanese Technical Cooperation Project for the forestry research in São Paulo, Brazil. [S.l.], 1986. 555 p.

NOGUCHI, S. et al. Rainfall-runoff responses and roles of soil moisture variations to the response in tropical rain forest, Bukit Tarek, Peninsular Malaysia. Journal of Forest Research, v. 2, n. 3, p. 125-132, 1997.

RANZINI, M. et al. Processos hidrológicos de uma microbacia com Mata Atlântica, na região da Serra do Mar, SP. Scientia Forestalis, n. 66, p. 108-119, 2004

Downloads

Publicado

2011-12-01

Como Citar

RANZINI, Maurício; CICCO, Valdir de; ARCOVA, Francisco Carlos Soriano; DONATO, Cíntia Ferreira. GERAÇÃO DO DEFLÚVIO DE UMA MICROBACIA COM MATA ATLÂNTICA, CUNHA, SP. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 23, n. 2, p. 179–190, 2011. DOI: 10.24278/2178-5031.2011232293. Disponível em: https://rif.emnuvens.com.br/revista/article/view/293. Acesso em: 6 jul. 2025.

Edição

Seção

Artigos Científicos