SOBREVIVÊNCIA DE Cyathea atrovirens (CYATHEACEAE; PTERIDOPHYTA) APÓS DESMATAMENTO

Autores

  • Vívian Tamaki Instituto de Botânica
  • Catarina Carvalho Nievola Instituto de Botânica
  • Ivomar Aparecido Medina Instituto de Botânica
  • Elisabete Aparecida Lopes Instituto de Botânica
  • Rogério Mamoru Suzuki Instituto de Botânica

DOI:

https://doi.org/10.4322/rif.2014.017

Palavras-chave:

beira da estrada, conservação, realocação, rodovias, samambaiaçu, transplante

Resumo

A adoção de medidas de mitigação é necessária para minimizar os impactos ambientais provocados pelo desmatamento para a construção de rodovias. Nesse contexto, a avaliação da adaptação de espécies vegetais que permaneceram na beira da estrada após o desmatamento, associada à realocação dos espécimes que foram retirados, pode favorecer a preservação destas espécies. O objetivo do trabalho foi avaliar a adaptação de exemplares de Cyathea atrovirens que permaneceram na beira de estrada após o desmatamento (Experimento-ABE) para construção do Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, em São Paulo e também avaliar a possibilidade de transplante dos indivíduos desta espécie que foram retirados por ocasião da supressão da mata (Experimento-AT), por até 43 meses. Os espécimes de ABE apresentaram 97% de sobrevivência e os de AT tiveram 80%. Foram observados novos báculos e frondes, bem como crescimento do cáudice em ambos os experimentos. Os resultados mostraram não haver necessidade de retirada e realocação dos exemplares de C. atrovirens que permaneceram nas bordas da mata após a supressão da vegetação e que houve adaptação dos exemplares transplantados, constituindo importante medida para a conservação de C. atrovirens, além de contribuir para o planejamento do desmatamento para a construção de rodovias, minimizando o impacto ambiental.

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Publicado

2014-12-05

Como Citar

TAMAKI, V.; NIEVOLA, C. C.; MEDINA, I. A.; LOPES, E. A.; SUZUKI, R. M. SOBREVIVÊNCIA DE Cyathea atrovirens (CYATHEACEAE; PTERIDOPHYTA) APÓS DESMATAMENTO. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 26, n. 2, p. 215–225, 2014. DOI: 10.4322/rif.2014.017. Disponível em: https://rif.emnuvens.com.br/revista/article/view/184. Acesso em: 7 out. 2024.

Edição

Seção

Artigos Científicos