SEIS MADEIRAS POTENCIAIS PARA ARCOS DE INSTRUMENTOS DE CORDA: PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICAS, TRABALHABILIDADE E DISPONIBILIDADE COMERCIAL
DOI:
https://doi.org/10.24278/2178-5031.2011232295Palavras-chave:
Caesalpinia echinata, Handroanthus, Dipteryx, instrumentos musicaisResumo
Neste trabalho foram investigadas as propriedades organolépticas e a trabalhabilidade de seis madeiras potenciais para arcos de instrumentos de corda e os resultados comparados com os da madeira de Caesalpinia echinata, referência para arcos modernos. Foram visitadas 30 madeireiras em diferentes cidades do Estado de São Paulo para observar a disponibilidade das seis madeiras. Conclui-se que apesar do tradicionalismo dos tons de vermelhos na madeira para arcos, outras madeiras com tons amarelados como Handroanthus spp. e Dipteryx spp. ou acastanhados como Diplotropis spp., desde que possuam propriedades adequadas, podem oferecer alternativas de cores e texturas para os músicos. Madeiras de fácil trabalhabilidade, como Mezilaurus itauba e Astronium lecointei não são adequadas para a fabricação dos arcos. Atualmente, todas as madeiras testadas são relativamente fáceis de serem encontradas no comércio madeireiro. Handroanthus spp. e Dipteryx spp. apresentaram o maior potencial para a fabricação de arcos para músicos profissionais. As madeiras de M. itauba e A. lecointei não mostraram potencial para os arcos.
Downloads
Referências
ALVES, E.S.; LONGUI, E.L.; AMANO, E. Pernambuco wood (Caesalpinia echinata) used in the manufacture of bows for string instruments. IAWA Journal, v. 29, p. 323-335, 2008a.
______. et al. O arco: arte e ciência. In: RIBEIRO, R.C.L.F. et al. (Org.). Pau-brasil, da semente à madeira: conhecer para conservar. São Paulo: Instituto de Botânica, 2008b. p. 146-157.
ANGYALOSSY, V.; AMANO, E.; ALVES, E.S. Madeiras utilizadas na fabricação de arcos para instrumentos de corda: aspectos anatômicos. Acta Botanica Brasilica, v. 19, p. 819-834, 2005.
ARAÚJO, H.J.B. Agrupamento das espécies madeireiras ocorrentes em pequenas áreas sob manejo florestal do produto de colonização Pedro Peixoto (AC) por similaridade das propriedades físicas e mecânicas. 2002. 168 f. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais) – Universidade de São Paulo, Piracicaba.
BRUNELLI, A.A.; LEAL, J.J.; LONGO, F.G. (Coord.). Madeiras: material para o design. São Paulo: SCTDE, 1997. 73 p.
BUENO, E. Pau-brasil. São Paulo: Axis Mundi, 2002. 280 p.
BURGUER, L.M.E.; RICHTER, H.G. Anatomia da madeira. São Paulo: Nobel, 1991. 154 p.
GASSON, P.; WARNER, K.; LEWIS, G. Wood anatomy of Caesalpinia s.s., Coulteria, Erythrostemon, Guilandina, Libidibia, Mezoneuron, Poincianella, Pomaria and Tara (Leguminosae, Caesalpinoideae, Caesalpineae). IAWA Journal, v. 30, p. 247-276, 2009.
GONÇALVES, M.T.T. Processamento da madeira. Bauru: Document Center Xerox – USC, 2000. 242 p.
GUIMARÃES JÚNIOR, J.B. Painéis de madeira de eucalipto: estudo de caso de espécies e procedências. 2008. 95 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia da Madeira) – Universidade Federal de Lavras, Lavras.
HOADLEY, B. Understanding wood: a craftsman’s guide to wood technology. 2nd ed. rev. Newtown: Taunton Press, 2000. 280 p.
IAWA COMMITTEE. IAWA list of microscopic features for hardwood identification. IAWA Bulletin, v. 3, n. 10, p. 219-332, 1989.
KIVIMAA, E. Mita on punntyostoterien tylsyminen. English summary: What is the dulling of woodworking tools? Helsinki: Technical Research Centre of Finland, 1952. 19 p. (Bulletin 106).
KOLLMANN, F.E.; CÔTÉ Jr., W.A. Principles of wood science and technology. New York: Springer, 1968. v. 1, 492 p.
LONGUI, E.L.; LOMBARDI, D.R.; ALVES, E.S. Potential Brazilian wood species for bows of string instruments. Holzforschung, v. 64, p. 511-520, 2010a.
LONGUI, E.L. et al. The potential of ipê (Handroanthus spp.) and maçaranduba (Manilkara spp.) woods in the manufacture of bows for string instruments. IAWA Journal, v. 31, p. 149-160, 2010b.
LUCAS FILHO, F.C. Análise da usinagem da madeira visando à melhoria de processos em indústrias de móveis. 2004. 176 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
MAINIERI, C.; CHIMELO, J.P. Fichas de características das madeiras brasileiras. 2. ed. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, 1989. 418 p. (Publicação IPT 1791).
______.; ______.; ANGYALOSSY-ALFONSO, V. Manual de identificação das principais madeiras comerciais brasileiras. São Paulo: Promocet, 1983. 418 p.
MATSUNAGA, M.; MINATO, K. Physical and mechanical properties required for violin bow materials II: Comparison of the processing properties and durability between pernambuco and substitutable wood species. Journal of Wood Science, v. 44, p. 142-146, 1998.
______. et al. Physical and mechanical properties required for violin bow materials. Holzforschung, v. 50, p. 511-517, 1996.
NÉRI, A.C.; GONÇALVES, R.; HERNANDEZ, R.E. Forças de corte ortogonal 90-90 em três espécies de madeira de eucalipto. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 4, p. 275-280, 2000.
RETFORD, W.C. Bows and bow makers. London: Strad, 1964. 86 p.
ROCHA, Y.T.; SIMABUKURO, E.A. Estratégias de conservação in situ e ex situ do pau-brasil. In: RIBEIRO, R.C.L.F. et al. (Org.). Pau-brasil, da semente à madeira: conhecer para conservar. São Paulo: Instituto de Botânica, 2008. p. 102-113.
SILVA, J.R.M. et al. Influência da morfologia das fibras na usinabilidade da madeira de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. Revista Árvore, v. 29, p. 479-487, 2005
SLOOTEN, H.J. van der; SOUZA, M.R. Avaliação das espécies madeireiras da Amazônia selecionadas para a manufatura de instrumentos musicais. Manaus: INPA, 1993. 123 p.
WILLIAMS, R.S. Finishing wood. In: FOREST PRODUCTS LABORATORY (Ed.). Woodhandbook – wood as an engineering material. Madison: United States Department of Agriculture, Forest Service, Forest Products Laboratory, 1999. 463 p. (Gen. Tech. Rep. FPL-GTR-113).
ZENID, G.J. Madeira: uso sustentável na construção civil. 2. ed. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, 2009. 99p
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.