CARACTERÍSTICAS HIDRÁULICAS DA MADEIRA EM ÁRVORES DE DUAS PROCEDÊNCIAS DE Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae)
DOI:
https://doi.org/10.24278/2178-5031.201628208Palavras-chave:
condutividade hidráulica, aroeira, diâmetro do vasoResumo
Comparamos as características hidráulicas de árvores de Myracrodruon urundeuva provenientes de sementes de duas populações naturais de Ilha Solteira – IS e Pederneiras – PE, no Estado de São Paulo, Brasil, que cresceram no mesmo ambiente, a Estação Experimental de Luiz Antônio, São Paulo. Em um estudo anterior da mesma plantação, observamos variação radial no diâmetro e frequência dos vasos no tronco principal entre as duas procedências de sementes. Hipotetizamos que há variação na condutividade hidráulica entre as árvores de duas procedências e que esta variação deve estar relacionada com a origem das sementes. Estudamos galhos de aproximadamente 2 cm de diâmetro, retirados de dez árvores, cinco de cada procedência. Utilizamos técnicas padrão para a anatomia da madeira. Os valores experimentais de condutividade hidráulica foram obtidos com o aparato de Sperry. O comprimento dos vasos não variou entre as procedências, portanto, esta característica não explica as variações encontradas na condutividade hidráulica. A maior condutividade hidráulica encontrada em IS pode ser explicada pelo maior diâmetro dos vasos quando comparados com aqueles de PE, além da maior porcentagem de vasos embolizados em PE. Ambas as características podem estar relacionadas ao genótipo, uma vez que, as árvores-mãe em IS podem estar adaptadas ao maior déficit hídrico de IS quando comparado com PE. Portanto, a maior condutividade hidráulica em IS pode ser uma estratégia para permitir uma distribuição mais eficiente de água na planta em um ambiente com maior estresse hídrico. Nossos resultados sugerem que diferentes procedências têm diferentes estratégias de uso de água. A menor densidade aparente da madeira de IS pode estar relacionada ao maior diâmetro do vaso.
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