CARACTERÍSTICAS HIDRÁULICAS DA MADEIRA EM ÁRVORES DE DUAS PROCEDÊNCIAS DE Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae)

Autores

  • Gabriela Trindade Pires Instituto Florestal
  • Eduardo Luiz Longui Instituto Florestal
  • Guillermo Angeles Instituto de Ecología
  • Israel Luiz de Lima Instituto Florestal
  • Sandra Monteiro Borges Florsheim Instituto Florestal
  • Diego Romero Instituto Florestal

DOI:

https://doi.org/10.24278/2178-5031.201628208

Palavras-chave:

condutividade hidráulica, aroeira, diâmetro do vaso

Resumo

Comparamos as características hidráulicas de árvores de Myracrodruon urundeuva provenientes de sementes de duas populações naturais de Ilha Solteira – IS e Pederneiras – PE, no Estado de São Paulo, Brasil, que cresceram no mesmo ambiente, a Estação Experimental de Luiz Antônio, São Paulo. Em um estudo anterior da mesma plantação, observamos variação radial no diâmetro e frequência dos vasos no tronco principal entre as duas procedências de sementes. Hipotetizamos que há variação na condutividade hidráulica entre as árvores de duas procedências e que esta variação deve estar relacionada com a origem das sementes. Estudamos galhos de aproximadamente 2 cm de diâmetro, retirados de dez árvores, cinco de cada procedência. Utilizamos técnicas padrão para a anatomia da madeira. Os valores experimentais de condutividade hidráulica foram obtidos com o aparato de Sperry. O comprimento dos vasos não variou entre as procedências, portanto, esta característica não explica as variações encontradas na condutividade hidráulica. A maior condutividade hidráulica encontrada em IS pode ser explicada pelo maior diâmetro dos vasos quando comparados com aqueles de PE, além da maior porcentagem de vasos embolizados em PE. Ambas as características podem estar relacionadas ao genótipo, uma vez que, as árvores-mãe em IS podem estar adaptadas ao maior déficit hídrico de IS quando comparado com PE. Portanto, a maior condutividade hidráulica em IS pode ser uma estratégia para permitir uma distribuição mais eficiente de água na planta em um ambiente com maior estresse hídrico. Nossos resultados sugerem que diferentes procedências têm diferentes estratégias de uso de água. A menor densidade aparente da madeira de IS pode estar relacionada ao maior diâmetro do vaso.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANFODILLO, T. et al. Convergent tapering of xylem conduits in different woody species. New Phytologist, v. 169, p. 279-290, 2006.

______.; PETIT, G.; CRIVELLARO, A. Axial conduit widening in woody species: a still neglected anatomical pattern.

IAWA Journal, v. 34, p. 352-364, 2013. BAAS, P. et al. Evolution of xylem physiology. In: HEMSLEY, A.R.; POOLE, I. The evolution of plant physiology. London: Elsevier Academic Press, 2004. p. 273-295.

BRANDÃO, M. Caatinga. In: MENDONÇA, M.P.; LINS, L.V. (Org.). Lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção da flora de Minas Gerais. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas: Fundação Zôo-Botânica de Belo Horizonte, 2000. p. 75-85.

BRODERSEN, C.R. et al. The dynamics of embolism repair in xylem: in vivo visualizations using high resolution computed tomography. Plant Physiology, v. 154, p. 1088-1095, 2010.

BUCCI, S.J. et al. Functional convergence in hydraulic architecture and water relations of tropical savanna trees: from leaf to whole plant. Tree Physiology, v. 24, p. 891-900, 2004

CARLQUIST, S. Comparative wood anatomy: systematic, ecological and evolutionary aspects of dicotyledon wood. 2nd ed. Berlin: Springer, 2001. 448 p.

CENTRO DE PESQUISAS METEOROLÓGICAS E CLIMÁTICAS APLICADAS À AGRICULTURA – CEPAGRI. Clima dos municípios paulistas. Available at: . Access on: 20 Sept. 2016.

CHOAT, B.; COBB, A.R.; JANSEN, S. Structure and function of bordered pits: new discoveries and impacts on whole-plant hydraulic function. New Phytologist, v. 177, p. 608-626, 2008.

DAVIS, S.D.; SPERRY, J.S.; HACKE, U.G. The relationship between xylem conduit diameter and cavitation caused by freezing. American Journal of Botany, v. 86, p. 1367-1372, 1999.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: CNPS, 1999. 412p.

EWERS, F.W.; FISHER, J.B. Techniques for measuring vessel lengths and diameters in stems of woody plants. American Journal of Botany, v. 76, n. 5, p. 645-656, 1989.

FAN, Z.X. et al. Hydraulic conductivity traits predict growth rates and adult stature of 40 Asian tropical tree species better than wood density. Journal of Ecology, v. 100, p. 732-741, 2012.

FONTI, P. et al. Studying global change through investigation of the plastic responses of xylem anatomy in tree rings. New Phytologist, v. 185, p. 42-53, 2010.

GLASS, S.; ZELINKA, S.L. Moisture relations and physical properties of wood. In: ROSS, R (Ed.). Wood handbook – wood as an engineering material. 100th ed. Madison: Centennial Edition. U.S. Department of Agriculture, Forest Service, Forest Products Laboratory, 2010. p. 4.1-4.19. (General Technical Report FPL-GTR-190)

GURGEL-GARRIDO, L.M.A. et al. Programa de melhoramento genético florestal do Instituto Florestal. IF Série Registros, n. 18, p. 1-53, 1997.

HACKE U.G. et al. Scaling of angiosperm xylem structure with safety and efficiency. Tree Physiology, v. 26, p. 689-701, 2006. HOADLEY, B. Understanding wood: a craftsman’s guide to wood technology. 2nd ed. Newtown: Taunton Press. 2000. 280 p.

IAWA COMMITTEE. IAWA list of microscopic features for hardwood identification. IAWA Bulletin n.s., v. 3, n. 10, p. 219-332, 1989.

JOHANSEN, D.A. Plant microtecniques. New York: McGraw-Hill, 1940. 523 p.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1998. v. 2, 352 p.

McELRONE, A.J.; et al. Variation in xylem structure and function in stems and roots of trees to 20 m depth. New Phytologist, v. 163, n. 3, p. 507-517, 2004.

MENDONÇA, M.P.; LINS, L.V. (Org.). Lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção da flora de Minas Gerais. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 2000. 157 p.

OLSON, M.E.; ROSELL, J.A. Vessel diameter–stem diameter scaling across woody angiosperms and the ecological causes of xylem vessel diameter variation. New Phytologist, v. 197, p. 1204-1213, 2013.

QUEIROZ, C.R.A.A.; MORAIS, S.A.L.; NASCIMENTO, E.A. Caracterização dos taninos da aroeira-preta (Myracrodruon urundeuva). Revista Árvore, v. 26, n. 4, p. 485-492, 2002.

SILVA-LUZ, C.L.; PIRANI, J.R. Anacardiaceae. In: LISTA de espécies da flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2015. Available at: . Access on: April 2015

SPERRY, J.S.; DONNELLY, J.R.; TYREE, M.T. A method for measuring hydraulic conductivity and embolism in xylem. Plant Cell and Environment, v. 11, p. 35-40, 1988.

______.; HACKE, U.G.; PITTERMANN, J. Size and function in conifer tracheids and angiosperm vessels. American Journal of Botany, v. 93, p. 1490-1500, 2006.

TYREE, M.T.; EWERS, F.W. The hydraulic architecture of trees and other woody plants. New Phytologist, v. 119, p. 345-360, 1991.

______.; ZIMMERMANN, M.H. Xylem structure and the ascent of sap. 2nd ed. New York: Springer Science & Business Media, 2013. 283 p

Downloads

Publicado

2016-12-12

Como Citar

PIRES, G. T.; LONGUI, E. L.; ANGELES, G.; LIMA, I. L. de; FLORSHEIM, S. M. B.; ROMERO, D. CARACTERÍSTICAS HIDRÁULICAS DA MADEIRA EM ÁRVORES DE DUAS PROCEDÊNCIAS DE Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae). Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 28, n. 2, p. 192–203, 2016. DOI: 10.24278/2178-5031.201628208. Disponível em: https://rif.emnuvens.com.br/revista/article/view/139. Acesso em: 20 set. 2024.

Edição

Seção

Artigos Científicos