A EFICÁCIA DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONTENÇÃO DE ATIVIDADES IMPACTANTES NA ZONA DE AMORTECIMENTO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE ASSIS, SP

Autores/as

  • Patrícia De Luca Vitalli Centro Universitário SENAC
  • Maria José Brito Zakia Práxis Socioambiental
  • Giselda Durigan Instituto Florestal

DOI:

https://doi.org/10.24278/2178-5031.2011232300

Palabras clave:

legislação, zona de entorno, Resolução CONAMA nº 13/90, áreas protegidas

Resumen

O reconhecimento jurídico da Zona de Amortecimento – ZA de unidades de conservação tem sido considerado o mais forte instrumento para impedir que atividades impactantes sobre os ecossistemas sejam desenvolvidas junto às áreas protegidas. Com o objetivo de analisar a demanda de informação de processos, a natureza das atividades cujo licenciamento foi solicitado e a eficácia das políticas públicas na aplicação da legislação vigente, consultamos 155 processos que tratavam de empreendimentos ao redor da Estação Ecológica de Assis, SP, tomando como base o raio de 10 km a partir do perímetro da UC, estabelecido pela Resolução CONAMA nº 13/90. No período considerado (1990-2006), que antecedeu a delimitação da ZA e estabelecimento de suas normas em Plano de Manejo, a demanda potencial de análise de pedidos de licença ou autorização ambiental foi, em média, de dez processos por ano, o que corresponde a um processo para cada 6.000 ha por ano, relacionados, em sua maioria, com a conversão do uso da terra, de pecuária para agricultura, o que requer o corte de árvores isoladas e a recuperação de áreas de preservação permanente. Uma vez que apenas 8% dos processos foram encaminhados ao órgão gestor, a demanda real foi inferior a um décimo da demanda potencial. Nos raros casos em que o órgão gestor foi ouvido, o parecer contrário do gestor nem sempre foi suficiente para impedir o licenciamento solicitado. Com base no estudo de caso da Estação Ecológica de Assis, concluiu-se que a legislação correlata ao licenciamento ambiental ao redor de unidades de conservação não foi aplicada de modo a impedir a instalação de atividades potencialmente impactantes aos ecossistemas naturais.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

BRASIL. Resolução CONAMA nº 13, de 6 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o licenciamento ambiental no entorno de Unidades de Conservação. Diário Oficial da União, Poder Executivo, n. 248, 28 dez. 1990. Seção I, p. 25541.

_______. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Disponível em: . Acesso em: 27 dez. 2010.

_______. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Disponível em: . Acesso em: 27 dez. 2010. BRITO, M.C.W. Unidades de conservação: intenções e resultados. São Paulo: Anablume: Fapesp, 2000. 229 p.

DERANI, C. Direito ambiental econômico. São Paulo: Max Limonad, 1997. v. 1, 297 p.

FARIA, H.H. Procedimento para medir a efetividade do manejo de áreas silvestres protegidas. Rev. Inst. Flor., v. 7, n. 1, p. 35-55, 1995.

GALANTE, L.V.G.; BESERRA, M.M.L.; MENESES, E.O. Roteiro metodológico de planejamento – parque nacional, reserva biológica, estação ecológica. Brasília, DF: IBAMA, 2002. 136 p.

LIMA, G.S.; RIBEIRO, G.A.; GONÇALVES, W. Avaliação da efetividade de manejo das unidades de conservação de proteção integral em Minas Gerais. Revista Árvore, v. 29, n. 4, p. 647-653, 2005.

MOSELEY, J.; THELEN, K.; MILLER, K. National parks planning: a manual with annotaded examples. Rome: FAO, 1976. 42 p. (FAO Forestry Paper 6).

NEUMANN, R.P. Primitive ideas: protected area buffer zones and the politics of land in Africa. Development and Change, v. 28, n. 3, p. 559-582, 1997.

OLIVA, A. Programa de manejo fronteiras para o Parque Estadual Xixová-Japuí-SP. 2003. 239 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Ambiental) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba.

PÁDUA, M.T.J.; PORTO, E.L.R. Plano do Sistema de Unidades de Conservação do Brasil. Brasília, DF: IBDF, 1979. 107 p. SÃO PAULO (Estado). Decreto Estadual nº 35.697, de 21 de setembro 1992. Dispõe sobre a criação da Estação Ecológica de Assis. Diário Oficial do Estado de São Paulo, Poder Executivo, v. 102, n. 180, 22 set. 1992. Seção I, p. 1.

______. Decreto Estadual nº 47.097, de 18 de setembro 2002. Dispõe sobre a ampliação da Estação Ecológica de Assis. Diário Oficial do Estado de São Paulo, Poder Executivo, v. 179, n. 179, 19 set. 2002. Seção I, p. 3-4.

TERBORGH, J.; SCHAIK, C.V. Por que o mundo necessita de parques? In: Tornando os parques eficientes: estratégias para conservação da natureza nos trópicos. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2002. p. 25-36.

VITALLI, P.D.L.; DURIGAN, G. Diagnóstico de atividades impactantes na Zona de Entorno da Estação Ecológica de Assis (SP) e aspectos jurídicos correlatos. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO AMBIENTAL, 12.; CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO AMBIENTAL: MUDANÇAS CLIMÁTICAS, BIODIVERSIDADE E USO SUSTENTÁVEL DE ENERGIA, 13., 2008, São Paulo. Anais... São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2008. v. 1, p. 1049-1067.

______.; ZAKIA, M.J.; DURIGAN, G. Considerações sobre a legislação correlata à zona-tampão de unidades de conservação no Brasil. Ambiente e Sociedade, v. 12, n. 1, p. 67-82, 2009

Publicado

2011-12-01

Cómo citar

VITALLI, P. D. L.; ZAKIA, M. J. B.; DURIGAN, G. A EFICÁCIA DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONTENÇÃO DE ATIVIDADES IMPACTANTES NA ZONA DE AMORTECIMENTO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE ASSIS, SP. Revista del Instituto Forestal, São Paulo, v. 23, n. 2, p. 279–286, 2011. DOI: 10.24278/2178-5031.2011232300. Disponível em: https://rif.emnuvens.com.br/revista/article/view/300. Acesso em: 21 sep. 2024.

Número

Sección

Notas Científicas