DISPERSÃO DE SEMENTES DE Inga uruguensis Hook. et Arn. EM FLORESTA RIPÁRIA DO RIO MOJI GUAÇU, MUNICÍPIO DE MOJI GUAÇU - SP

Autores/as

  • Márcia Balistiero Figliolia Instituto Florestal
  • Paulo Yoshio Kageyama Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz''

DOI:

https://doi.org/10.24278/2178-5031.199571534

Palabras clave:

Inga uruguensis, semente florestal, dispersão, floresta ripária

Resumen

A dispersão de sementes de Inga uruguensis Hook. et Arn. foi estudada em uma população natural localizada em floresta ripária, do Rio Moji Guaçu, Município de Moji Guaçu, SP, durante o mês de agosto de 1991. O processo de dispersão foi avaliado indiretamente pela análise da distribuição da regeneração natural, através de transectos na direção dos quatro pontos cardeais, a partir de 3 árvores adultas, sendo uma na borda e uma no meio da mata e uma próximo à margem do rio. As plântulas (até 0,20 m de altura) e plantas jovens (de 0,21 a 1,00 m de altura), distantes até 2,00 m de cada lado dos respectivos eixos, foram contadas e medidas. Os resultados mostraram que, para a área de estudo, I. uruguensis apresenta maior densidade de plântulas próximo às árvores (92 plantas aos 10 metros, 30 plantas aos 40 metros e 1 planta aos 90 metros), com maior taxa de recrutamento à medida que se distancia das árvores matrizes. A árvore localizada no meio da mata apresentou maior regeneração (59 plântulas e 32 plantas) até a distância de 150 metros da árvore matriz seguido da próximo à borda (62 -20 plântulas e 42 plantas). A árvore localizada próximo à margem do rio apresentou menor taxa de regeneração de plântulas (18) e de planta (31). Durante as observações de campo verificou-se que macacos e aves ingeriram as sementes, atuando mais como agentes predadores e, eventualmente, como dispersares em potencial. Os principais visitantes observados foram aves da família Psittacidae, como tuim (Forbus xanthopterigiusy e maritaca-verde (Pionus maximiliam), sendo esta a mais freqüente, e macaco- sauá (Callicebus personatus). Verificou-se, também, frutos sendo transportados pela correnteza do rio, o que contribui para aumentar a chance de dispersão da espécie.

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Publicado

1995-06-14

Cómo citar

FIGLIOLIA, M. B.; KAGEYAMA, P. Y. DISPERSÃO DE SEMENTES DE Inga uruguensis Hook. et Arn. EM FLORESTA RIPÁRIA DO RIO MOJI GUAÇU, MUNICÍPIO DE MOJI GUAÇU - SP. Revista del Instituto Forestal, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 65–80, 1995. DOI: 10.24278/2178-5031.199571534. Disponível em: https://rif.emnuvens.com.br/revista/article/view/534. Acesso em: 21 sep. 2024.

Número

Sección

Artigos Científicos