ACIDENTES GRAVES NO TRABALHO RURAL ENTRE 1994 E 1997 NA REGIÃO CENTRO-SUL DO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL

Autores

  • Jair Rosas da Silva Instituto Florestal
  • Victório Furlani Neto Universidade Federal de São Carlos
  • Ney Barros de Avelino Sidou Universidade Federal de São Carlos
  • Eduardo Trevisan Gonçalves Universidade Federal de São Carlos
  • Christian Bacci Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.24278/2178-5031.2001131631

Palavras-chave:

acidentados, agricultura, diagnóstico, municípios, causas, estatística

Resumo

Considerando-se que o estado da arte da ergonomia e segurança do trabalho rural de uma determinada região se reflete na ocorrência de acidentes, é apresentado um diagnóstico dos acidentes graves ocorridos no trabalho rural abrangendo dez municípios da região centro-sul do Estado de São Paulo, ocorridos em um período de 40 meses, baseado em registros fornecidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Foi assinalado um total de 106 ocorrências, entre 1994 e 1997, nos municípios de Itapetininga, Capão Bonito, São Miguel Arcanjo, Guapiara, Itapeva, Boituva, Angatuba, Ribeirao Grande, Sarapuí e Alambari. Verificou-se ter ocorrido correspondência funcional entre população e número de acidentes graves no trabalho rural, explicada por modelo matemático de regressão de primeiro grau, do tipo: y = 0,000376 X - 2,464594 em que x representa a população do município e y o número de acidentes graves no trabalho rural. Grupos etários de trabalhadores entre 20 e 35 anos mostraram-se mais suscetíveis a acidentes graves na região, sucedidos por faixas etárias entre 35 e .50 anos, indicando os grupos populacionais mais carentes de treinamento sobre segurança no trabalho rural. A prática comum no meio rural de estender a tarefa além do horário preestabelecido, a fadiga e o estresse do trabalhador são fatores que têm sido associados aos horários de maior incidência de acidentes graves no trabalho rural. Quinta-feira foi isoladamente o dia de maior freqüência de acidentes rurais graves na região pesquisada. Os tipos de veículos envolvidos em acidentes rurais graves, por ordem decrescente de ocorrências, foram: mdefinidos, caminhão de carsa e/ou transporte de pessoal, motocicleta, automovel, camioneta, bicicleta e ônibus. Dentre as máquinas e equipamentos agrícolas e industriais, são assinalados: trator, motosserra, não definidos, roçadora, pá carregadora e empilhadora. As principais causas de acidentes graves no meio rural encontram-se associadas a ve1culos, estradas, quedas (de pessoas, árvores, madeira e objetos) e deslocamento de cargás. E mencionada a precanedade do transporte coletivo de trabalhadores na região, efetuado em veículos inadequados e em desacordo à legislação. As condições de projeto construtivo e manutenção das estradas rurais contribuem para essa realidade, resultando em colisões, capotamentos e atropelamentos. Dentre as partes do corpo humano atingidas são apontadas, em ordem decrescente: membros inferiores, membros superiores, tronco, cabeça e ferimentos generalizados. Isoladamente, pernas, braços, cabeça, mãos, pés, joelho e ombros de trabalhadores têm sido os órgãos mais afetados em acidentes graves no trabalho rural.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Victório Furlani Neto, Universidade Federal de São Carlos

Campus Araras. 

Ney Barros de Avelino Sidou, Universidade Federal de São Carlos

 Campus Araras

Eduardo Trevisan Gonçalves, Universidade Federal de São Carlos

 Campus Araras

Christian Bacci, Universidade Federal de São Carlos

 Campus Araras

Referências

ACIDENTES de trabalho. Jornal SINTAEMA São Paulo, ano 1 1, n. 218, 1 995.

BRASIL. Decreto n º 76.022, de 24 de julho de 1975. Regulamento do seguro de acidentes do trabalho rural. Brasília: Câmara Federal, 1 975.

FERREIRA, P. V. Regressão e correlação. ln: ESTA TISTICA experimental aplicada à agronomia. Maceió: .Editora Universidade Federal de Alagoas, 1996. p. 489-530.

LOPES, E. S. et ai. Avaliação do treinamento de operadores de motosserra no corte florestal: um estudo de caso. Árvore, Viçosa, v. 21, n. 03, 1997.

MARTÃO, W. O trabalhador na UTI. Jornal da UNESP, São Paulo, ano II, n. 1 04, 1 996.

MEIRELLES, C. ; ROBIN, P.; LIMA, V. Manual de prevenção de acidentes no uso de ferramentas manuais no meio rural. São Paulo: FUNDACENTRO, 1 989. 28 p.

___ .; YAMASHITA, R. Segurança no trabalho: um pequeno panorama dos acidentes do trabalho na área rural. ln: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA ' 17., 1988, lperó. Anais ... Sociedade Brasileira de Engenharia Agrícola, 1 988. p. 709-23.

PEREIRA, A. R. Segurança no trabalho na empresa florestal. ln: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 4., 1982, Belo Horizonte. Anais ... São Paulo: Sociedade Brasileira de Silvicultura, 1982. p. 584-86.

RODRIGUES, V. L. ; SILVA, J. G. Acidentes de trabalho e modernização da agricultura brasileira. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 14, n. 56, p. 28-39, 1986.

ROESLER, E. X. Evolução da mecanização e segurança nos trabalhos de colheita de madeira. ln: SEMINÁRIO DE ATUALIZAÇÃO SOBRE SISTEMAS DE COLHEITA DE MADEIRA E TRANSPORTE FLORESTAL, 8., 1 994, Curitiba. Anais ... Curitiba: UFPR, 1 994. p. 20-37.

ACIDENTES de trabalho. Jornal SINTAEMA São Paulo, ano 1 1, n. 218, 1 995.

BRASIL. Decreto n º 76.022, de 24 de julho de 1975. Regulamento do seguro de acidentes do trabalho rural. Brasília: Câmara Federal, 1 975.

FERREIRA, P. V. Regressão e correlação. ln: ESTA TISTICA experimental aplicada à agronomia. Maceió: .Editora Universidade Federal de Alagoas, 1996. p. 489-530.

LOPES, E. S. et ai. Avaliação do treinamento de operadores de motosserra no corte florestal: um estudo de caso. Árvore, Viçosa, v. 21, n. 03, 1997.

MARTÃO, W. O trabalhador na UTI. Jornal da UNESP, São Paulo, ano II, n. 1 04, 1 996.

MEIRELLES, C. ; ROBIN, P.; LIMA, V. Manual de prevenção de acidentes no uso de ferramentas manuais no meio rural. São Paulo: FUNDACENTRO, 1 989. 28 p.

___ .; YAMASHITA, R. Segurança no trabalho: um pequeno panorama dos acidentes do trabalho na área rural. ln: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA ' 17., 1988, lperó. Anais ... Sociedade Brasileira de Engenharia Agrícola, 1 988. p. 709-23.

PEREIRA, A. R. Segurança no trabalho na empresa florestal. ln: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 4., 1982, Belo Horizonte. Anais ... São Paulo: Sociedade Brasileira de Silvicultura, 1982. p. 584-86.

RODRIGUES, V. L. ; SILVA, J. G. Acidentes de trabalho e modernização da agricultura brasileira. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 14, n. 56, p. 28-39, 1986.

ROESLER, E. X. Evolução da mecanização e segurança nos trabalhos de colheita de madeira. ln: SEMINÁRIO DE ATUALIZAÇÃO SOBRE SISTEMAS DE COLHEITA DE MADEIRA E TRANSPORTE FLORESTAL, 8., 1 994, Curitiba. Anais ... Curitiba: UFPR, 1 994. p. 20-37.

Downloads

Publicado

2001-06-07

Como Citar

SILVA, J. R. da; FURLANI NETO, V.; SIDOU, N. B. de A.; GONÇALVES, E. T.; BACCI, C. ACIDENTES GRAVES NO TRABALHO RURAL ENTRE 1994 E 1997 NA REGIÃO CENTRO-SUL DO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 83–97, 2001. DOI: 10.24278/2178-5031.2001131631. Disponível em: https://rif.emnuvens.com.br/revista/article/view/631. Acesso em: 21 set. 2024.

Edição

Seção

Artigos Científicos